Ana I – Acorda estrunfe!
Ana – O que é que queres?
Ana I – Temos um pequeno-almoço divinal na cozinha.
Ana – Se foi feito por ti passo.
Ana I – Olha que não.
Ana – Então quem é que fez?
Ana I – Levanta-te da cama, vais lá baixo e vês!
Ana – Até estou para ver.
Assim que desceu as escadas e entrou na cozinha viu o Nolito e o Rúben na bancada da cozinha a prepararem o pequeno-almoço delas.
Ana – Posso saber o porquê de vocês os dois estarem a invadir a minha cozinha?
Rúben – É lá a miúda tem mau acordar.
Ana – Rúben Filipe eu não tenho mau acordar simplesmente invadis-te a minha cozinha e já devo ter o frigorifico vazio.
Rúben – Ele também invadiu a tua cozinha!
Ana – Ai Ru olha os ciúmes!
O pequeno-almoço correu bem até que a Ana recebeu uma mensagem.
De: Stupid horse
“Agora que já sabes que eu e a Catarina andamos também já deves saber que eu andava contigo e com ela. Não te sentes traída pela tua melhor amiga? E já agora, tu és só mais uma para a coleção desse estúpido, o animal do Nolito.”
Ana - Odeio este gajo meu! Que nervos.
Nolito – Passou-se alguma coisa?
Ana – Passar até se passou, mas deixa estar.
Ana I – Miúda olha as horas, tens aulas agora de manhã.
Ana – Eu não vou.
Nolito e Ana I – Não vais?
Ana – Não.
Ana I – Já ontem não foste e hoje também não vais?
Ana – Talvez passe pela escola para tratar de uns assuntos.
Ana I – E não vais mesmo às aulas?
Ana – Vou na parte da tarde.
Ana I – Tu lá sabes. Eu vou-me vestir porque tenho de ir para as aulas e o Rúben vai-me levar.
Ana – Ok vai lá.
A Ana Isabel e o Ruben saíram de casa e a Ana e o Nolito ficaram a arrumar a cozinha.
Ana – Podes-me explicar uma coisa? – disse-lhe encostada à bancada.
Nolito – Posso.
Ana – O que é que se passou ontem?
Nolito – Estás a falar da discussão ou do beijo?
Ana – Das duas.
Nolito – Qual queres que te explique primeiro?
Ana – A discussão.
Nolito – Por minha parte eu fui um estúpido porque tinha de ter mais cuidado com o que te disse e que foi burro em te ter chamado criança coisa que tu não és, até és bem crescida comparada com a idade que tens.
Ana – Obrigada. Podes-me explicar o beijo.
Nolito – Essa é a parte mais difícil. Tu soubeste que eu saí de uma relação à pouco tempo. Quem diz pouco tempo diz à seis meses, mas quando eu te vi fiquei estupefacto contigo, tu és linda, elegante, simpática, sincera e corajosa, coisa que não é comum em muitas mulheres. Quando eu fui ter contigo foi a gota de água. Quando te abracei senti-me renascido. E quando tive a oportunidade em aqui em casa te beijar aproveitei. O que senti naquele beijo já não sentia há muito tempo. É praticamente isso.
Ana – Mas há um problema nós temos uma diferença de idades de seis anos e não é pouca coisa. Os nossos mundos são completamente diferentes e tu podes ter as raparigas que quiseres e eu sou só um……
Nolito – Shiu eu escolhi-te a ti, e vai-te vestir que eu tenho uma coisa para te mostrar.
Enquanto Ana se encaminhava para o quarto para se vestir o Nolito acabava de arrumar a cozinha
Ana
Ana – Já estou pronta, onde vamos?
Nolito – Entra no carro e já vês.
Ana – Nó por favor diz-me.
Nolito – Surpresa.
Ana – Está bem.
A viagem foi feita em silêncio até ao sitio onde o Nolito a levava.
Ana – Onde estamos?
Nolito – Não és de Lisboa pois não?
Ana – Não.
Nolito – Não faz mal, este é um sítio que eu venho muitas vezes. Este é a parte mais “privada” do miradouro de Lisboa.
Ana – Ok. Aqui ninguém nos vê?
Nolito – Não aqui ninguém nos vê.
Ana – Ok.
Nolito – Diz-me coisas sobre ti.
Ana – O que queres saber?
Nolito – Tudo.
A Ana contou-lhe tudo sobre ela e ele ficou surpreendido com algumas coisas que ela lhe disse, especialmente quando lhe disse que ela era de Braga. Quando chegou a tarde o Nolito levou-a até às aulas que correram na maior das normalidades além dos olhares provocantes do Rafael e da Catarina. Quando a Ana chegou a casa a Ana Isabel estava sentada no sofá com uma cara terrível e tinha o rosto raso de lágrimas, um choro constante que fez com que a Ana fosse ao pé dela saber que se passava.
Ana – Amor o que se passa?
Ana I – Nada.
Ana – Diz-me! Confia em mim!